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Para ler ao som de "Sound of Silence", em versão do Disturbed |
A pausa sonora tem uma grande importância nas composições musicais. Quem frequenta ou frequentou aulas de música sabe muito bem do que estou falando. O silêncio é de valor inestimável, e não só deve ser usado em partituras, mas também em nossa vida. Trata-se mais do que um momento para conectar-se com si mesmo. Estou falando de solitude.
Eu gostaria que mais pessoas conhecessem o significado de
solitude; essa palavra que é rejeitada até por alguns corretores ortográficos.
A cantora de Jazz deu a uma canção o nome de solitude ao que era na verdade a
solidão retratada nos versos. O vocalista da banda grunge cantou sobre a bênção
da solidão, quando na verdade se referia à solitude. Mas, afinal, o que é a
solitude? Solitude é a delícia de curtir a própria companhia; gostar de estar
só consigo mesmo. Enquanto a solidão nos remete ao medo de ficar só, solitude
nada mais é do que deliciar-se consigo mesmo, e isso está muito próximo do
sentimento de amor próprio.
Assim como praticantes de meditação usam os mantras para
devidos fins espiritualistas, o som do silêncio também tem efeitos
positivos. O que ouvimos durante o som do silêncio é,
metaforicamente falando, nossa voz interior se manifestando. Talvez seja
justamente por isso que o momento a sós conosco pode ser solidão para uns e
solitude para outros. No fundo, eu penso que mesmo quem compartilhe do
sentimento de solidão possa exercitar uma maneira de como despertar o desejo de
solitude.
É importante lembrar que pessoas introvertidas tendem a serem
mais adeptas da solitude do que as extrovertidas, que geralmente encaram o som
do silêncio como algo negativo. Eu compreendo como há muitas pessoas quem creem
no impossível – a fé faz parte do ser humano. E não me refiro ao sentido
religioso, mas a fé em sua mais pura literalidade. Sempre há algo no qual
acreditar. O que eu creio chega bem perto, e vou lhe dizer o que é: acredito
que a solitude é para todos. Se você ainda não encontrou a solitude, há de
encontrar um dia.
Lembremo-nos das pausas musicais, dos breves intervalos entre
uma nota e outra que ecoam nas teclas brancas e pretas do piano. Meu caro amigo, eu consigo sentir um sabor
nisso tudo. Sim, é algo sinestésico. Respire fundo, com calma, e repare: o
silêncio é doce.
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