Aquele indivíduo que observava cuidadosamente tudo enquanto caminhava pôs-se a pensar sobre o mundo material, palpável, após alcançar um breve equilíbrio espiritual. Lembrou-se de todas as músicas que tocou, emocionando platéias, e de todos os textos que já escreveu. Deu-se conta de que suas mãos talvez fossem a parte mais importante de seu corpo.
A nostalgia veio à tona quando lembrou-se de uma época rica em concertos teatrais e apresentações em palcos. Desejou transmitir às outras pessoas novamente tudo o que sentia por meio das notas musicais, sejam elas tocadas com suavidade nas cordas do sereno violão ou com agressividade na lisérgica guitarra.
Com as memórias tão rápidas como um flashback, recordou-se do desejo que tinha quando criança: retratar o mundo interior em telas e papéis. Sim, as artes plásticas sempre o fascinaram, apesar dele não ter o dom que sempre quis. Mas não se culpava por isso, afinal, a música conseguia exprimir todo o seu universo.
Depois de longas noites em claro, chegou a conclusão de que não se sentia completo. Suas mãos eram tão importantes para ele quanto para os artesãos, mas lhe faltava algo. Sua inquieta mente insistia em encontrar uma lógica para tudo aquilo, mesmo que fosse por meio do horóscopo que dizia que o mundo material é a principal característica daqueles que são do segundo signo do zodíaco. Talvez as coisas fossem mais simples do que pareciam ser.
A resposta estava diante de seus olhos, mas ele não queria enxergar. Ele podia praticamente ouvir a verdade sussurrando em seu ouvido, mas julgava-se louco por isso. Sua alma alegrava-se quando ele se colocava a pensar platonicamente, mas não conseguia encontrar um caminho. Talvez a resposta estivesse no material, no palpável. Afinal, ele teria que tocá-la, como faz com seus instrumentos musicais, para que a transformasse em música e então pudesse acreditar que tudo o que sentia poderia se tornar realidade.
porque o palpavel e o material também nos dar alegria, um livro, uma carta, um instrumento, eles servem pra suprir e espremer o que dentro a gente tem.
ResponderExcluirBeijo ;*