Como seria o nosso mundo se tudo o que é abstrato fosse concreto, palpável, e ainda por cima, estivesse à venda? Imagine se pudéssemos comprar uma dose de tempo, alguns grãos de sabedoria, ou até mesmo muitas porções de felicidade. Quais seriam nossos conceitos se fosse possível concretizar o abstrato?
24/10/2010
19/09/2010
Vida em excesso: vinho, virtude ou poesia
Entre os dias rotineiros e os especiais, ecoam milhares de risos, sorrisos, planejamentos, lembranças, esperanças e muitas surpresas. Charles Baudelaire já falava disso implicitamente no poema “Embriagai-vos”, no qual o poeta traçava um ideal calcado no exagero e na absorção completa do mundo, de todas as maneiras possíveis. O importante é nunca deixar que o tempo torne-se um peso em nossa vida, e uma das maneiras de evitar que isso aconteça é encontrarmos a nossos próprios meios de descontração.
22/08/2010
Vertigens da memória [Parte II]
Por que nossas lembranças são sempre enubladas e confusas? Os fatos que recordamos nunca são íntegros e transparentes como deveriam ser. Quando gostamos muito de alguma experiência vivida, lembramos com afeto e felicidade; o mesmo acontece com o oposto, quando nos lembramos dos fatos ruins de uma maneira pior do que eles eram. Me vem à cabeça o eterno questionamento que parece não me largar: quando nos sentiremos totalmente livres das vertigens de nossa memória?
01/08/2010
Os pés que caminham pelo mundo
Aquele indivíduo que caminhava com passos firmes decidiu não criar tantas expectativas com relação ao universo ao seu redor, e aos poucos isso o deixou mais tranqüilo. Muitos dias se passaram, e surgiu algo que o marcou, em uma manhã especial em que ele teve uma grata surpresa. Em uma das ruas na qual caminhava, uma cerejeira trocava suas flores brancas, que caíam na calçada. Este fato passava quase que despercebido por muitos que passavam por ali, mas ganhou um grande significado na vida daquele jovem de olhos curiosos.
09/06/2010
Tudo! [Crítica à ganância]
18/05/2010
Nuvens em todos os lugares
Para mim, os dias nublados são sempre os mais belos. Praticamente não me lembro de nenhum dia com esse clima que não tenha sido no mínimo agradável. Pode ser justamente porque eu gosto das nuvens encobrindo todo o céu e trazendo toda aquela calmaria nostálgica inevitável, ou por outros inúmeros motivos, o fato é que para mim os dias nublados sempre serão os mais belos, mais serenos e mais memoráveis dias.
27/04/2010
C’est la vie
A pergunta mais simples e ao mesmo tempo mais complexa que existe é: “o que é a vida?”. Ninguém sabe ao certo definir, mas todos nós vivemos dia após dia essa peça de teatro, como diria Charles Chaplin. Indo mais além, há quem faça paralelos da vida com outras situações, como uma partida de xadrez, aonde cada movimento é decisivo e sem volta. Isso é o que torna a vida tão fascinante e ao mesmo tempo tão obscura: as decisões sem volta e sem a opção de saber qual seria “o outro lado da moeda” caso seguíssemos um caminho diferente do escolhido.
20/04/2010
Vertigens da memória
A mudança do espaço que me cerca tem se dado de maneira muito rápida, num ritmo desenfreado e frenético. Pode parecer bobagem, mas tenho sentido os anos passarem como se fossem meses, talvez até justamente pela rápida modificação urbana aos redores daqui. Lugares mudam, casas são demolidas e reconstruídas, e temo que com elas se esfumem as minhas lembranças e também a memória de outras pessoas que residem e/ou fazem parte daquele ambiente.
13/04/2010
Vida com trilha sonora
Pode parecer clichê, mas a frase de Friedrich Nietzsche diz tudo: “Sem música, a vida seria um erro”. Não consigo imaginar um mundo no qual não existissem os sons ritmados e harmoniosos que compõem essa que é a mais suprema das artes. Digo isso porque a música consegue transmitir muitas coisas até para quem não tem facilidade de captar os mínimos detalhes e significados presentes nelas. Assim como uma agulha num disco de vinil, nossa vida (disco) passa rapidamente enquanto nossa história (agulha) está sendo escrita. O desejo de marcar presença no mundo é o que faz a melodia.
26/03/2010
Onde está o [verdadeiro] amor?
Fato inegável: o amor vulgarizou, principalmente de alguns anos para cá. Pessoas dizem “eu te amo” com a mesma freqüência e automatismo com que dizem “bom dia”, sem ao menos pensar no que isso pode realmente significar. O amor acabou por se tornar um subproduto da indústria cultural feito para vender, e desde então isso é tido como algo belo: declarar amor a tudo que está ao nosso redor, por puro costume. Somente após muitos trancos e barrancos é que acabamos por pensar nos eu verdadeiro valor.
14/03/2010
Vazio
Já não sei mais se isso faz parte da natureza humana ou se isso só está em mim. As vezes me sinto tão distante de tudo e busco uma razão para me confortar; faço das palavras o meu refúgio e procuro um paralelo da minha linha de pensamento com as diversas e individuais linhas de pensamento de cada pessoa. Confesso, ultimamente tenho me sentido vazio, assim como um caderno com páginas em branco esperando um alguém para derramar um pouco de poesia, e transformar as pálidas páginas em algo belo e com algum sentido, por mínimo que seja.
02/02/2010
Humanos ou máquinas?
Nos dias atuais, mais do que nunca, é impossível fugir dessa indagação. Fazemos tudo com hora marcada, desde nosso trabalho até as atividade para nosso lazer, inclusive nosso tempo de repouso é controlado pelo despertador. As vezes até nosso comportamento é regido por um código de conduta que nos diz como devemos nos comportar nas mais diversas situações. O homem construiu a máquina, e temo que um dia a vida do homem se torne tão mecânica quanto sua criação.
13/01/2010
Máscaras da perfeição
Simplesmente não entendo porque muitas pessoas ainda insistem em buscar a eterna perfeição em todas as coisas, pessoas e relações. É certo e absolutamente aceitável que estejamos querendo nos aprimorar cada vez mais, mas não creio que a eterna luta pela extrema virtuosidade seja uma atitude saudável. Mais lamentável ainda é a atitude de quem se mascara só para mostrar-se orgulhosa – e falsamente – a todo mundo uma pessoa de perfeição intocável que ela é. A grande verdade é que um dia as máscaras caem, por mais que esse processo demore longos meses, anos ou décadas. A personalidade perfeita um dia se revela, e isso pode ser um grande choque a todas as pessoas envolvidas na vida de um alguém mascarado.