Na caminhada rotineira pela cidade, por um momento tudo se tornou vertiginoso. O piso, antes quebrado, agora estava íntegro, mas o restante continuava o mesmo. O cenário dos grandes dias ainda estava lá, assim como os personagens, mas o andarilho não se sentia parte de todo aquele universo. Apesar disso lhe assustar um pouco, ele não procurava apressar seus passos. Enquanto isso, a luz ambiente desaparecia aos poucos.
Pensou em deixar as memórias de lado, para não se lembrar de que as coisas mudaram. Mas, como aconteceu em uma grande conversa com um intelectual, ele se recordou de não apagar tudo o que viveu, pois tudo faz parte da essência. E continuou caminhando.
Os pés já estavam bem menos calejados do que antes, mas sentia saudades dos calos. Apesar de incômodos, isso era um sinal de que ele estava mais vivo do que nunca. Não que agora não esteja, mas tudo estava diferente.
A noite chegou, e ao contrário do que sempre esperamos, o dia não veio à tona logo em seguida. Ele não procurou pelo caminho da sombra, pois tudo era sombra desde então. A escuridão dominava tudo ao redor. Podia-se ouvir claramente o som de seus passos. Tudo ecoava. O ambiente mudou.
Ao procurar pela solução, o andarilho refletiu: Enquanto não encontramos uma luz, devemos manter a lanterna acesa. Qual será a grande saída?
Esperar.
ResponderExcluirEngraçado, esses dias te falei que não encontrei palavras para comentar no seu post. Psicodélico? Sim, mas hoje me sinto preparada pra discutir ou até mesmo só falar sobre isso, o teu texto me lembrou a peça Pueril: lembranças que se tornam saudades, os encontros e desencontros.
ResponderExcluirQue ele mantenha a lanterna acesa e caminhe, não o caminhe de caminhar - apenas, mas CAMINHAR!
Um beijo!