02/02/2010

Humanos ou máquinas?

chess

Nos dias atuais, mais do que nunca, é impossível fugir dessa indagação. Fazemos tudo com hora marcada, desde nosso trabalho até as atividade para nosso lazer, inclusive nosso tempo de repouso é controlado pelo despertador. As vezes até nosso comportamento é regido por um código de conduta que nos diz como devemos nos comportar nas mais diversas situações. O homem construiu a máquina, e temo que um dia a vida do homem se torne tão mecânica quanto sua criação.

Alienação cronológica

Enquanto o tempo corre e estamos saudáveis nunca vemos a hora de parar, ao menos por um dia, de olhar para o relógio a todo momento, planejarmos tudo o que iremos fazer, e vivermos em constante pressão, até o momento em que nosso corpo e nossa mente estão tão sufocados a ponto de exigir descanso imediato. Esse é o momento em que nosso lado instintivo (humano) fala mais alto que nosso lado civilizado (máquina) e então por uma fração de tempo repensamos sobre tudo que nos acontece. O planeta não se apressa em girar, mas o homem insiste em querer que ele gire cada vez mais rápido, de forma frenética e desenfreada, desrespeitando a si mesmo.

Comportamento e sociedade

Com relação às nossas atitudes, podemos resumidamente dizer são regidas por duas vertentes: ética e moral. O conceito de ética surgiu na grécia antiga e a partir de então permanece e sempre permanecerá em todas as nossas escolhas e atos; já a moral sempre esteve presente em nosso comportamento. É muito importante ter boas noções sobre esses dois conceitos, pois sem eles a sociedade caminharia com passos mais desequilibrados. Também é preciso ter bom senso, principalmente com relação à ética, ainda mais tendo em vista que nossos valores foram moldados ao longo das gerações de acordo com esses princípios.

A fuga como válvula de escape

Se por um lado o homem é escravo do tempo, por outro lado ele não necessariamente é escravo das suas atitudes, de suas decisões (regidas pela ética e pela moral). Ou seja: não é possível escapar da ação do tempo, mas é possível fugir dos códigos de conduta impostos pela sociedade. Creio que essa fuga por vezes acaba se dando como uma espécie de válvula de escape, um desejo de liberdade e autocontrole que as vezes precisamos para nos mantermos satisfeitos. Em resumo: eventualmente acabamos por desviar dos padrões de comportamento como uma forma de não nos sentirmos tão presos e mecânicos com relação a tudo, já que nos sentimos presos com relação ao tempo que não pára.

Dominador e dominado

No fim das contas nos resta saber quem será o dominador e o dominado nessa dualidade: Humano versus Máquina. As máquinas foram criadas para facilitar nossas vidas, e algumas vezes acabam por dificultar nossas relações com o mundo e nos pregar algumas peças. Até aí tudo bem, o homem consegue driblar esses problemas, mas e quando chegar o dia em que de tão grandiosa e presente em nossas vidas a máquina acabe por nos dominar? O ser humano se adaptou aos diversos climas, às condições aquáticas, estuda maneiras de sobrevivência em outros planetas e atmosferas; mas será que ele consegue se adaptar às máquinas que ele próprio criou ou terá que se tornar mecânico como elas? Qual será o próximo lance nessa partida de xadrez?

3 comentários:

  1. Ótimo post... e aquela eterna dúvida, somos dominadores ou dominados?! Acho que um pouco dos dois, pois somos nós que dominamos as máquinas, mas ao mesmo tempo dependemos tanto delas que acabamos sendo dominados por elas.

    E qual será o próximo lance da partida?! Acho que é difícil fazer tal previsão.

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  2. Tbm penso que já estamos dominados pelas máquinas, nessa geração e lugar que ocupamos na sociedade. O mundo cada vez mais dentro de telas, e as pessoas vivendo através delas. O problema é quando ganhar tanto por esse lado causa perdas em outro, perdas importantes.. uma evolução que causa "involução", quando as pessoas tbm ficam robotizadas, seja pelas máquinas, a falta de tempo, a pressão da velocidade, as modas, todos esses excessos de hoje.

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  3. Exatamente! Se por um lado ganhamos com o avanço da tecnologia, por outro perdemos gradativamente nossa essência. O próximo lance da partida, a meu ver, não é muito otimista, mas nunca sabemos o dia de amanhã. Analise como era o estilo de vida há 10 dez anos e compare com os dias atuais; agora imagine em como poderá ser na próxima década. Essa é uma questão a se pensar!

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